quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

E se...


Tão desorientado, menino bobo que nunca soube ao certo com o que fazer com o que há no peito eu disse uma, duas, três vezes que aquilo iria passar.
Tão desastrado acordei no meio da noite e andei pela casa no escuro, tropecei em um, dois ou três móveis até tropeçar no meu próprio coração.
Onde já se viu? Onde já se viu menino tão estabanado querer brincar com o próprio coração?
Menina, saiba, esse coração estabanado não sabe o que faz! No entanto é limpo, é puro que nem coração de criança. Aquelas crianças que dizem que gostam ou desgostam na cara, sem meias palavras, tenho coração de criança às vezes no peito, tenho coração de criança às vezes espalhado pela casa entre os tapetes e a mobilha, assim, como brinquedo que a gente brinca e depois não guarda.
Coração de menino não sabe gostar um pouquinho, não sabe! Coração de menino gosta muito, muito, muito, muito, muito e assim por diante. Coração de menino é difícil de conquistar.
Dai me coloquei a pensar, pensar quando se tropeça no próprio coração não é uma boa ideia! E se! E se...
Existem tantas possibilidades que no fundo não passam de um e se, talvez se, quem sabe se...
Existem dias em que a gente prefere mesmo ter no peito um coração de menino, aquele que sonha com o se, e assim, dia após dia acaba por sorrir de mansinho quando imagina esse “e se”, seguido por três pontinhos: E se...
E se o mundo fosse perfeito? Se o mundo fosse perfeito eu não andaria pela casa inquieto a essas horas, se o mundo fosse perfeito teria agora esse amor nos braços e não somente no peito, se o mundo fosse perfeito. E se... e se...
Sabe? Eu estive aqui pensando por noites a fio em todas essas voltas que o mundo dá, eu estive pensando como um matemático e sentindo como um tolo. Por fim deixei de pensar e preferi sentir.
Logo eu que tanto estimo a inteligência digo, feliz daquele que tem um coração tolo no peito, feliz daquele que não se engana tentando deixar pra lá o que está tão presente.
E mesmo que por muito tempo eu venha a tropeçar no coração pela casa, ali, jogado como um brinquedo bobo, eu ainda prefiro ser sincero e pensar as vezes nesse “ e se as coisas tivessem sido diferentes? E se...”

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