segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Pouco tempo.

Tanta coisa já havia se passado. Já não fazia diferença o final da história.
Não faça de mim um fiel " escrevedor"  daquilo o que ainda sente - se é que ainda és capaz de sentir alguma coisa- tudo se tornou tão banal, visto que, você foi assim como eu, esfriando até não se importar mais com certos acontecimentos cotidianos.
Vai fazendo devagar, sem deixar o coração atribulado, hoje em dia é mérito coração sem atribulação. Hoje em dia é tão bonito, culto, legal, ser morno.
Mas não é assim que se faz, não é, meu bem!
A verdade dos olhos vai se perdendo, a gente vai se ajeitando no cantinho do sofá, fim de dia comum, como se fosse comum.
A gente aprende sobre o desapego, nessa comunidade moderna, descolada, cheia de dizeres baseados em nada. Mas o apego não tem nada a ver com o que pregam também. Nos exageros se descuidam,  não olham pros lados, acabam tropeçando no canto da sala de visitas, bem ali, naquele abajour que complementa a decoração.
Deixa eu te olhar nos olhos? Ainda é terça feira! Amanhã pode ser que eu tenha me cansado de ser o bom menino das histórias banais. Quem sabe amanhã eu acorde o poeta que sempre fui: intenso, carnal, dono de um apego desapegado, ligado a grandes e eternos amores momentâneos - pois é, eu sou assim.
Só me prenda um pouco mais, entre os braços ou entre as coxas. Só seja intensa, por favor! Não me deixe te ver morna! Eu tenho tanto medo de me tornar morno também!
Olhe toda essa gente morna, eu preferia que fossem todos frios, secos, sem reação!
Eu não tenho muito tempo, por isso escrevo um pouco de cada vez, eu sei que não tenho muito tempo. Inclusive para ser morno.
Meus batimentos sempre são tão acelerados, a agenda lotada de prazeres, faça o favor de ser um, ou não gaste meu tempo ( já que eu tenho tão pouco).
Talvez essas linhas não te toquem, talvez nossas histórias nem sejam parecidas. Talvez nossas linhas tenham se cruzado por obra do acaso e só rendam mais uma ou duas canções. Quem sabem nem isso!
Quem sabe só um sexo trôpego no meio do choro cotidiano. Quem sabe nem isso!
Mas quem sabe, nessa noite, por cinco ou seis horas eu posso ser seu grande amor. Só por hoje eu posso ser o amor da vida! Eu posso ser o que você quiser!
Não que seja importante, mas seria bom que por uma noite a gente fingisse não ser tão cheio de nada! E pelo contrário, sermos cheios de tudo. Nem que seja só por tesão!
Só seja gentil ao sair, não precisa trancar a porta, finja que volta pro jantar!
E eu? Eu sigo em frente!
Daquele meu jeito, porque você sabe: Eu tenho medo de me tornar morno e tenho tão pouco tempo!

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