domingo, 20 de dezembro de 2009

O Pesar


Quem sou eu se não um escravo de mim mesmo?
Eu trancado nas telas que insisto em construir, muros que me afastam do meu eu querente, pacifico, certo.
E o meu medo, estranho amigo, que me faz perder o melhor de tudo o que ainda pode vir, só me assegura a dor, essa que de tão presente se torna vício, e de vício é que vivemos, todos nós.
A dor de estar vivo é tão grande, sufocante, sim! Estar vivo dói!
Distante dos olhos de todos, somos só humanos limitados, sentimentais, cheios de murmúrios que praticamente ninguém sem nenhum interesse queira ouvir, já temos dor o bastante pra compartilhar a do outro, e assim também posso dizer que somos egoístas, pequenos, mortais.
Veio a vida e me ensinou o bastante pra me levantar dia após dia, todos nós perdemos um pouco dos outros e de nós mesmos todos os dias, já nascemos morrendo, morremos todos os dias mais e mais.
Não tente entender o porque de todas as palavras aqui ditas, a vida fará isso por você, não venha até mim com dúvidas, eu não tenho as respostas, não venha até mim com pesares, eu sou o pesar!

Um comentário:

  1. Somos escravos e senhores dos nossos egos. Um dia levamos o golpe da chibata (violência, fúria, desprezo, desemprego...) em outras ocasiões carregamos o gosto de pagar com a mesma moeda ( amor, paixão, carinho, esperança...)

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