segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Saudade



Eu não acho justo destilar veneno até que uma das partes morra.

Eu não acho certo que as palavras ásperas substituam o beijo de partida, já que a saudade virá, melhor então se render ao encanto da despedida, como se tudo pudesse ser o fim, ou como se o fim nunca fosse certo.

Sabe-se lá quantas despedidas houveram antes dos rencontros, vida após vida, nunca se sabe se é mesmo despedida ou se é até logo, até já.

Mortais são os braços do amante, mortais são os beijos e os dias de saudade que sempre vem atormentar, imortal é a alma, que leva as palavras ditas e a dor que a saudade sempre há de causar.

E se o fim é a única certeza, faço dele também incerteza pra te amedrontar, e se esta dor mata é porque ainda não sabe ao certo qual é a intensidade daquela que ainda virá.

Um comentário:

  1. Quero por um instante me sentir imortal, assim poderei testemunhar o verdadeiro valor de um beijo entre dois lábios que se amam...

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