E amanhã?

E amanhã sei lá, talvez eu queira outros copos, outros corpos, outras coisas. Eu tenho me dado o direito de mudar de idéia, de hábitos, de manias, de cigarro, de cerveja, de sentimentos.
Talvez amanhã, quando eu acordar, eu queria a minha solteirice, talvez eu queira um amor, quem sabe dois. Mas que sejam quentes mesmo que nem sejam reais!
Que tudo seja natural, aconteça devagar ou de uma vez, não importa, mas que aconteça alguma coisa, como vem acontecendo todos esses dias.
Esses dias onde o tempo não para, onde as pessoas vem pra ficar. Eu tenho conhecido tanta gente, tantos lugares e gostos, cheiros e rostos. Nem sei explicar.
Que eu mude de métodos até nas coisas simples, que eu aprenda um novo idioma ou uma nova forma de contar estrelas ou histórias. Que seja diferente.
E se eu encontrar um amor, que seja cheio de manias, defeitos, vícios, mas que seja novo, que deixe mais marcas, que não seja em vão. E se eu perder esse amor, que ele se vá como os outros, mesmo que doa. Que deixe saudade, mas que deixe também alguma lição.
Eu já não me permito chorar amores perdidos, eu me permito chorar amores presentes, eu me permito amar, hoje eu me permito. Hoje eu tenho um coração pronto pra usar.
Mas amanhã? Amanhã sei lá!
Talvez eu desfaça as palavras doces de hoje após ao jantar, talvez te mande embora depois te peça pra ficar. Eu me permito errar! Sim! Me permito também perdoar.
Eu me cansei de fazer daquela maneira, aquela que tem que ser feita. Hoje eu só espero pelo momento exato e penso no que eu quero realmente fazer. Não interessa o quanto eu perca, lá na frente eu ganho. Você vai ver!
Eu também aprendi a esperar, sem pressa. A não decidir nada antes da hora, a não duvidar do tempo. É, eu aprendi a resolver na hora, não criar expectativa. Talvez porque eu não me importe, e pra que se importar também?
Se um momento pode mudar tudo, se uma palavra pode mudar o mundo ao redor. Agora eu interpreto as coisas a minha maneira, e amanhã mudo de idéia se eu achar que devo mudar.
É amigo. Hoje eu sei o que fazer e falar, mas amanhã? Amanhã sei lá!