terça-feira, 10 de julho de 2012

Pedaços inteiros.

Inconstante ele se deitou nos braços dela, tinha no peito um coração dilacerado por amores de todas as estações, ela trazia um brilho diferente nos olhos, era um porto seguro. Ele sabia. Murmurou algumas palavras que não diria a si mesmo, ela não entendeu sequer uma palavra, e disto veio um choro incontido, ela sabia que era necessário dar aquele espaço a ele se quisesse que ele ficasse. Ela queria. Depois ele acabou por dormir e ela ficou a observar e a se perguntar quantas dores haviam nos olhos daquele rapaz, aquele rapaz de sorriso fácil, de ar sereno e de passos apressados, ela se perguntou mil vezes em que abismo ele teria se jogado, já que nunca demostrara aquela dor, mas ele estava ali e era a única coisa que importava. Sentiu vontade de sentir as dores dele por ele. Ele não carregava mais no peito outros amores, era folha em branco, mas estava cansado, não chorava pelo amor de nenhuma outra mulher, mas necessitava do afago, necessitava ficar bem consigo mesmo. Depois, ao tardar ele se sentou ao lado dela e abriu um sorriso de olhos marejados e a disse que o encanto estava presente, pediu pra ela não o deixar porque ela era a única luz, e que daquela luz vinha surgindo paixão e que daquela paixão viria um amor feliz. Ela cuidou de toda aquela dor que parecia mais carência que qualquer outra coisa e em contrapartida ganhou o coração daquele nobre rapaz. Ela foi o maior amor do poeta e posteriormente se tornou poesia. Ele nunca mais chorou dores vindas do coração.

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