Segredos.

Seria um amor comum, apenas mais um, sorrisos e vontades. Seria, caso não me trouxesse essa sensação de encontro, essa sensação que muitas vezes entendi inexistente, essa que trago nas mãos, em forma de concha, protegendo com o corpo e a alma para jamais se quebrar.

Faça chuva ou faça sol eu ando caminha por aqui, meu amor! Corpo curvado na direção contraria, protegendo do meu jeito meio atrapalhado, mas protegendo da forma mais bonita que eu sei.

Não se engane caso eu use palavras certeiras, eu também não sei fazer tudo certo o tempo todo, e você sabe. Sou imperfeito como o tempo que insiste em não passar, sou como ele mas ainda consigo parar os meus ponteiros e esperar por você.

Fez um frio enorme nessa tarde de outono, e sabe? Sempre foram das tardes de outono que gostei mais, mas mesmo assim aquele frio era incomum do lado de fora, porque o lado de dentro estava tão quente a ponto de me deixar febril, frágil, menino outra vez.

O nosso encontro já aconteceu, acontece agora o reencontro, acontecem agora as certezas que carreguei comigo dias a fio sem entender por que.

Acontece agora o meu sorriso de criança, inocente, inexplicável. Seu.

Não deixe que nem os passos, nem a vida, nem os dias te façam recuar alguns centímetros. É pra perto que as coisas caminham, é pra dentro que elas se encaixam, é juntos que caminhamos melhor.

Não procure solucionar as entrelinhas dos meus textos, dos meus dizeres, do meu existir. São nelas que existem os mais belos segredos que carrego e eles só fazem sentido se continuam a ser segredos.