quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Linhas.





Queria eu ter a solução para os meus poemas vãos, queria eu ser mais. Mais que palavras e sentimentos. Queria eu ser o infinito, rasgando o tempo e atravessando o céu, criando soluções para o que o acaso já inventou a história. Reinventar, reescrever, com a pena na mão, sem pena de mim mesmo.
O amor é feito daquelas promessas que a gente faz e nem sabe se vai cumprir, e deve ser assim!  O mundo ainda não inventou uma forma de agir sozinho, agir mesmo que a gente deixe de sonhar. Afinal, se morrem os sonhos...
Se morrem os sonhos, morremos nós mesmos, morremos neste mar frio, neste mar morto que a vida se torna, se morrem os sonhos falta calor naqueles meus pulsos de poeta. Se falta calor, acaba a poesia. Simples assim.
São tão complexos os poetas, meu bem!  Mesmo os poetas vãos como eu, mesmo os poetas vulgares como eu, cheios de ilusões tardias, de amores impossíveis e de palavras não ditas. São complexos nas entrelinhas que deixam em textos extensos, nas entrelinhas que deixam em sentimentos tão  simples. Deixam entrelinhas nas poucas letras, nos muitos ditos, nos não ditos. Vivem, morrem e deixam entrelinhas na própria vida, no próprio ser.

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