domingo, 20 de dezembro de 2009

Imortal


Se dizia virgem, tinha lábios carnudos e embora aparentasse ter cerca de vinte anos ela tinha dezesseis, sempre vestia roupas sensuais, provocantes, insinuantes, porém nunca vulgares, sabia exatamente as reações que provocava e parecia se divertir com isso embora fizesse questão de manter-se pura, pelo menos pelo que dizia.

Não entendendo muito o sentido de tudo aquilo eu fui chegando pelos cantos como quem não quer nada, desenhando em seus sonhos, arranhando suas coxas, enquanto ela aos poucos residia o coração.

Sorte minha que não me resguardei, azar daqueles que acreditaram, e embora eu diga que não foi a curiosidade a falar mais alto, fui eu a querer bem mais.

Mal sabe ela que naquele mesmo bar, ao som da mesma canção meu coração ainda busca por alguém que me faça sentir o que ela fez, mal sabe ela que ainda habita os sonhos, e entre um gole e outro ainda procuro saber o que aconteceu .

Que o amor desconheça as razões enquanto ela desconhece o amor, e que a cada coração perdido encontre paz momentânea assim como eu encontrei, nos braços de alguém que certamente nunca irá mortalmente amar.

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