quinta-feira, 26 de maio de 2011

Incrédulo poeta.


Talvez essa minha mania de falar de sentimentos seja um tanto quanto cansativa, mas enfim, os padeiros fazem pães, os filósofos filosofam e os poetas. Ah os poetas! Os poetas falam de sentimentos.
Os poetas as vezes vivem como escrevem, mergulham, se afogam, se perdem e se encontram. Sentem ao máximo porque precisam de experiências, sofrem por precisarem delas. Sofrem e não se arrependem, se arrependem apenas de saber de mais sobre as pessoas e suas boas intenções, se tornam incrédulos, morrem de amor, morrem sem amor nenhum.
Talvez aqui, do auge de minhas memórias, eu possa me dizer um poeta incrédulo, um pouco rude talvez, do tipo que duvida de qualquer boa intenção afetiva, que olha com olhos de incerteza, que desacredita talvez até do próprio coração.
Certa feita, caro amigo, eu acreditei no amor. Me sentei aos finais de tarde pra ficar vislumbrando meu futuro, achei que a eternidade das minhas palavras fariam com que o amor também fosse eterno. Por fim lhe digo: - Não vislumbre algo que está muito a frente no tempo, não acredite em nenhum sujeito de voz mansa e papo fácil. Ainda mais se ele se apresentar por amor.
É, é mais ou menos assim.
Muitas vezes eu brinquei de amor, inventei amores no coração das pessoas, até no meu próprio coração, e sabe? Os melhores amores são os inventados, que podem facilmente serem esquecidos, afinal de contas, nem era amor mesmo.
Mas enfim, o que mais me irrita nas pessoas é a facilidade de amar e desamar que elas tem. É DESAMAR, desse jeito mesmo.
Dizer que ama, acreditar que ama, mas, é amor caro amigo, lembra? AMOR. Amor é outra coisa.
Amor, aquele que eu desacredito existir. Veja bem, não desacredito do amor, desacredito da existência dele no cotidiano, nos dias de hoje. Desacredito desse amor banalizado, vulgar.
Não que não exista mais quem ame. É que poucos amam!
O que eu ia dizendo mesmo? Ah o amor!
O amor é simplesmente aquele sentimento desprendido, sabe? Aquele que tem desejo carnal sim, mas em segundo plano. Aquele que é capaz de arriscar tudo. Arriscar a própria vida, a própria felicidade, a própria pele. Ufa! Tudo isso e bem mais em letras garrafais pichadas na calçada, com letra esgarranchada em tinta vermelha. AMOR!
Daqueles que te fazem fugir de casa, com poucas roupas e ir morar em outro País, em outro planeta, ir, se deixar levar. Entrega, não de corpos, mas sim de almas. Só se entrega a alma uma vez, não tem volta, não tem devolução, não tens duas almas né amigo?
Enfim, se entendes do que falo, és um dos poucos. Se entendes o que falo já deves ter um coração calejado ou ainda tens um pra calejar. Mas respire fundo, não será fácil a tua jornada.
Em primeiro lugar nunca acredite no que dizem, acredite no seu próprio coração. Jamais dependa dos sentimentos das pessoas, se sente só, não se ama no plural.
Verifique se aquele sentimento pode te trazer malefícios ou benefícios. Não falo de dor e sofrimento, eles estão obviamente estampados na capa deste livro que desejas ler. Mas verifique se terás experiências, coisas a aprender. Obviamente terá! Mas veja bem, pode valer apena ou não.
E por fim, não dependa do amor do outro, pois no fim, pode nem ser verdade.
Tenha pra ti que o amor verdadeiro não morre, então nem perca seu tempo tentando matá-lo. Se conseguires é porque nunca foi amor, caso contrario terás perdido teu precioso tempo.

Um comentário:

  1. estive pensando sobre algumas dessas coisas hoje, principalmente sobre o excesso de sentimento, de se falar de amor... e não soube explicar por que sou assim.
    eis que entro aqui e acho a explicação, bem no início do seu texto!
    texto muito lindo, por sinal. adorei.
    beijo.

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