segunda-feira, 23 de maio de 2011

" Oh meu bem! Me fez tão mal, transformou meu tango neste carnaval. Que já passou."



“Tentei ser como eles, todos tão iguais, mas todo mundo ama alguém a mais. Ou nunca amou.”


Tire esse sentimento de mim, por Deus, eu juro, nunca mais quero amar assim. Com a força indefinida do tempo eu quero levitar. Deveríamos ser animais, irracionais, somente em busca de prazer, felicidade e paz.
De que serve o amor se os corpos acabam por se separar, se os corações acabam por se machucar, se o fim inevitável sempre acaba a chegar. Pra que?
Quem me dera o coração frio de antes, quem me dera ainda saber iludir como quem sabe jogar, um jogo estranho, sem regras. Aquele onde eu só sabia ganhar.
Eu juro que tento, eu tento fazer ser divertido como era antes. Mas nunca é. Quem sabe um dia, eu dia próximo eu reaprenda a brincar. E nesse dia eu juro, juro não abaixar a guarda, não querer que fiquem pra dormir, não querer que fiquem pra sempre. Mas só por hoje eu olho pra onde ela deveria estar.
Eu passo dias tranquilos, eu sei, hoje eu consigo ficar bem. Mas, sempre tem um fim de tarde onde as lembranças ressurgem com sensações, cheiros e gostos. Talvez cada vez mais fracos pela ausência. Quem sabe não morrendo, mas sim adormecendo me dando a escolha de querer ou não o acordar.
Eu juro, que outros olhos não irão me devorar a alma, como quem perturba o coração. Afinal de contas o amor trás aquele medo de perder que nos deixa tolos, burros e sem noção das coisas. Nos faz iniciantes, trémulos e fracos. É fraqueza, é simplesmente fraqueza amar de mais.
Não digo que não seja bom, não digo que não valha apena, não digo.
Mas é que não me faz bem lembrar do quanto é bom e curto. Não faz bem amar sabendo que no final das contas sempre vai ser assim. Não é a primeira vez que prometo pra mim mesma ser mais forte. Mas que seja a primeira vez que eu cumpra. Que seja.
Talvez goles paulatinos do veneno mortal me traga sossego. Talvez eu beba doses reguladas, pra não sentir a dor. Talvez eu beba o frasco todo e mate todos os sentimentos que me perturbam.
Talvez meus olhos se fechem lentamente e eu acorde no dia seguinte com tudo o que há dentro de mim morto. Talvez.
É se é mesmo verdade que eu ainda sei iludir é bom começar por mim mesma.

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