quinta-feira, 19 de maio de 2011

Nobre plebeu.


“Quase acreditei na sua promessa, mas o que vejo é fome e destruição, perdi a minha sela e a minha espada, perdi o meu castelo e minha Princesa.”


Cavalguei durante dias, avistei bandeiras de um reino não muito distante, adentrei a casa de um velho senhor, que falava sobre vitórias de um reino imbatível. Tinha sangue nobre nas veias, mas sabia que precisava ser como um plebeu em um novo reino. Já que tinha visto todos os meus soldados morrerem em linha de frente de batalha. Eu era um rei sem reino, um nobre sem coroa.
Trazia comigo somente a coragem de um povo que se entregou a lutas durante séculos, sabia que meus antepassados haviam passado por coisas semelhantes, mas nenhum deles pelo que eu vinha passando.
Até que por fim, cheguei a aquele lugar ao qual me dirigia.
Adentrei a aldeia com aquela minha pose de nobre, não sabia agir diferente, tinha sangue azul, mas sabia que naquele momento era exatamente igual a qualquer um dos aldeões.
Quando avistei uma plebeia, uma mulher de força inimaginável, que cuidava das roupas, era uma jovem, quem sabe prometida a algum outro plebeu.
Não sabes o quanto doí um coração corroído pela mágoa minha jovem, não sabes como é difícil abandonar uma vida toda e tentar vislumbrar uma outra realidade.
Quem sabe eu verei outras jovens camponesas, plebeias pelas quais eu me interessasse, mas meu coração sempre estaria distante dali, no meu reino, junto a minha espada perdida em batalha, junto a minha Princesa roubada pelos invasores.
Junto a tudo o que por direito era meu.
Não sei de onde vem todas essas ideias, me deixo levar, quando tenho flashes de coisas não contemporâneas. Quem sabe lembranças de outras vidas, quem sabe criação de poeta, ou quem sabe nenhum dos dois. Pura imaginação.
Mas saibam, neste momento me sinto exatamente como o rei que perdeu todo o seu reino, como o novo plebeu que não sabe se comportar como tal.
Meio descolocado, desajeitado, fora do lugar.

2 comentários:

  1. Adorei o Post...muito bom... =)
    Acredito que nem sempre somos o que queremos ser, ou agimos da maneira que gostaríamos....a vida nos coloca em muitas situações, onde devemos, mesmo que derrotados, ter a coragem de continuar...ou como reis, ou como plebeus....ou os dois, muitas vezes somos um pouco de cada...rs Só não podemos desistir de lutar, e ter coragem e garra para conquistar novas vitórias...

    Beijos,
    Tatá

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  2. Concordo plenamente Tatá!
    No fundo somos reis e plebeus, fortes e fracos, grandes e pequenos. Mas principalmente, senhores de nossos próprios destinos. E embora nem sempre tudo esteja no nosso controle, há caminhos. Diferentes dos planejados, mas há.

    Beijos.

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