Silêncio

Eu tenho me mantido um pouco em silêncio. E isso tem me feito bem. Sabe quando o monologo interior é meio grande de mais e você permanece calado, ali ouvindo seus pensamentos?
Sim, eu venho convivendo com o silêncio. As vezes saio, me sento entre as pessoas e fico ali, dividindo minha atenção com o copo, o cigarro, as pessoas e o coração.
Tenho aprendido muito ouvindo as pessoas, você nem imagina o quanto. Ouço seus pesares, seus feitos, suas piadas. Sorrio as vezes e faço curtos comentários, quando faço.
Aprendi a dar meus braços aos amigos, demostrar carinho, afeto. Eu sempre fui aquele tipo que é leal a eles, mas nunca fui de olhar nos olhos deles pra dizer que os amo e o quanto eles são importantes pra mim. Eu tenho me dado o direito de os afagar, saber o que sentem de verdade, estar ali pra eles.
Talvez por isso tenho escrevido de mais, eu ando escrevendo tanto, devo ter um livro pronto, não posto tudo o que escrevo, seria cansativo, bateria de mais na mesma tecla. Mas enfim, eu venho escrevendo tanto.
Hoje eu me sentei pra ver o céu. Fiquei por minutos contemplando as estrelas dessa noite fria. Pensei, pensei, pensei, me afoguei em pensamentos nenhum pouco rotineiros, avaliando coisas e me encontrando nesses pensamentos.
Eu venho tentando ser melhor, não que eu consiga, mas tentar é um bom começo, já perdi coisas grandes de mais por não tentar. Quem sabe assim eu possa até não perder mais ou ter algumas delas de volta. Quem sabe não, não custa tentar da forma mais bonita que eu sei.
Amigo, hoje eu tenho uma canção pra cantar, diz assim: “O fogo se derreteu, o gelo se incendiou
E a brisa que era um tufão, depois que o mar derramou, depois que a casa caiu, o vento da paz soprou.”
Assim, transformando gelo em fogo, aquecendo tudo o que se deve aquecer. Pra que um coração frio?
Me diz? Pra que? Já que o tempo é irrecuperável e passa, passa rápido!Eu quero mais é que tudo se derreta, em amor amigo, em afeto e compreensão.
Mas aqui no meu silêncio eu aguardo. Aguardo acariciando o coração.