segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Depois de tudo.


Um tanto quanto contido, um pouco neurastênico, com uma certa dose de ansiedade, tremulo e sem nenhum pingo de vontade de nada ele acordou aos poucos, olhou para as quatro paredes que o cercava e teve vontade de não levantar.
Mais um dia se passou sem que esse comportamento mudasse, ele não tinha razões e gastava seu tempo ocioso lembrando de momentos felizes, vivia num universo paralelo por não saber como enfrentar a realidade, já não era tão bom no trabalho, já não era o mesmo.
Mas o tempo foi passando e ele foi vendo uma luz no fim do túnel, aos poucos começou a se interessar por outros corpos, se interessava de mais por calores que não eram o do corpo dela, mas carregava aquela lembrança gélida que a falta dela trazia. -Ninguém morre de amor menino! Lembrava as palavras de seu pai e ria.
Se soubesses meu pai, já sangrei tanto por amor, já morri várias vezes, se morre por amor, no sentido figurado pode ser, mas se morre.
Tinha um ar diferente com o passar do tempo, sabe aquelas febres que se tem por dias? Sabe quando ela passa? Sabe aquela sensação zonza de bem estar? Então, aos poucos isto foi sendo substituído por sorrisos, até que ele passou a ter calma naquele coração.
E depois de tudo isto se colocou a pensar, ela havia soltado sua mão quando ela era tudo o que ele confiava, e ele de olhos abertos foi até o fundo, percorreu este caminho de dor de olhos abertos, e enfim aprendeu uma lição: - Feche os olhos menino, feche os olhos quando for despencar do último andar.

“ Se você for me soltar, me avisa pra eu fechar os olhos. Não vai doer se eu não me ver cair.”

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