segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Noite.


E eu li muito sobre o que os poetas diziam sobre o amor, foram páginas e mais páginas de poesia, foram coisas que me deslumbraram capítulo após capitulo. Mas afinal de contas o que eu aprendi sobre o amor?
O que eu aprendi sobre o amor não está nos livros que preenchem minha estante, o que eu aprendi sobre o amor está nas prateleiras suspensas do meu peito. Foi um sorriso, uma vontade, foram beijos tranquilos ao fim da tarde e a vontade desesperadora de estar perto logo pela manhã.
O que eu aprendi sobre o amor não combina com as tardes cinzentas e tristes de alguns dias de qualquer estação.
Estive andando por aí no fim desse dia chuvoso, as ruas estavam como gosto que estejam. O frio que a chuva trouxe deixou as pessoas mais elegantes em seus casacos pesados, a chuva fina dava a oportunidade de que passeassem por aí vendo vitrines em posse de guarda chuvas, deixou a noite com um certo ar de inverno em meio a uma chuva do verão.
E aí pensei em um amor que pudesse passear de mãos dadas em pleno fim de um dia chuvoso, que conseguisse rir das piadas contraídas do meu coração bobo. Pensei com certo ar de solidão quando colocava uma mão no bolso enquanto a outra segurava o guarda chuva.
Estava um pouco apático, mas caminhava lentamente observando aquelas pessoas que andavam juntas rindo de coisas normais, corriqueiras, quase fúteis. Mas não pareciam nada fúteis, pareciam prazerosas, assim como cada instante em que passamos carregando no peito um amor limpo.
E então sorri sozinho, olhando para os meus próprios pés enquanto caminhava, sabia que havia nascido para observar todas essas histórias que passam quase despercebidas frente aos olhos todos os dias. “Sempre fui observador, afinal de contas, sempre fui virginiano.” Sorri mais uma vez.
As luzes daquela noite eram nitidamente atraentes e essas histórias que passavam frente aos meus olhos, de amores normais, eram mais ainda. E então voltei a observa-las.

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