sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Rapaz.


Eu sei que sou só mais um menino bobo, desses que você simplesmente encontra por aí, metido a marrento, daquele tipo que tem tudo e ainda reclama do que sai errado, enfim, não é bem assim.
Eu sou bom rapaz, amigo, de boa família e boa formação, com tudo aquilo que um rapaz da minha idade poderia querer. Mas é engraçado todas as vezes que eu sinto que nada disso me pertence, é engraçado como o meu desapego material me faz um sujeito de paz.
Tá vendo aquele mundo ali fora? É meu, amigo! Isso sim é meu.
São minhas todas as possibilidades, todos os beijos da morena, todo o calor que ela tem pra me dar.
Tá vendo esse prazer de viver amigo? É meu, é meu o sol que nasce todas as manhãs!
As vezes me sinto vazio, mesmo estando cheio de todas as coisas. E me olham pensando: Rapaz ingrato este que desfruta da vida de forma confortável!
A verdade é que ninguém no fundo sabe, não sabem de quanto esforço vem me trazendo até aqui. Talvez pudessem dizer: Rapaz esforçado este que tem tudo o que alguém como ele pode ter!
Pura ilusão, não desejo que vejam meu esforço, muito menos minhas vitórias. Desejo apenas que se lembrem que o rapaz tem no peito um coração.
Um coração vagabundo que não escolhe a quem amar, um coração mais bobo que o rapaz, menos materialista ainda que o rapaz. Um coração.
Tá vendo nos meus olhos a luz de quem ainda espera o melhor da vida? Está vendo menina?
Eu sou só um rapaz! Desses que você vê por ai.
É que eu ando um pouco apressado mais ainda preciso de um colo. É que não me interessa tudo o que eu possa ter, no fundo sou só um rapaz.
Um rapaz que ama vez em quando, bem vez em quando. Mas que sente falta quando não pode plenamente amar!

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