domingo, 10 de junho de 2012

Today.

Maus súbitos inconstantes perturbam os sonhos daquele que não tem mais forças pra lutar. Oras bolas amigo, as vezes lutar pelo que já se foi é pura perda de paciência, aceite, certas coisas não tem salvação. Aceite e siga em frente. Hoje eu acordei tão tarde, balbuciando algumas palavras doces pro dia, me levantei da cama meio que assustado por tamanha disposição. Eu que tantas vezes não quis ver a luz do dia abri a janela e deixei a luz entrar, era mais um dia frio desses de outono, aliás, era uma tarde de outono. Junho sempre me deixa um pouco assutado, junho é meio que um chaqualhão dizendo: “ Olha só, como o tempo vem passando de pressa, são os dias corridos, os anos, a vida. Você vai ficar aí parado?” Enfim, me dispus a sorrir, a abraçar aqueles que e abriram um sorriso sincero, acordei mais feliz meu caro amigo, você que está acostumado com aquela minha tristeza de sempre, com aquela minha cara de quem não sabe onde está, tão perturbado pelos golpes que a vida dá. Mas, deixe pra lá essa mágoa, as coisas passam, não vê esse meu sorriso de moleque? Há dias as coisas andam calmas, mas hoje, hoje eu acordei mais feliz. Um pouco hiperativo, um pouco falante de mais. Ainda tenho no peito aquele mesmo coração que tanto chorou certas mágoas, mas do que adianta remar contra a maré? O rio desce, não adianta mudar a sua rota. Cruzei alguns olhares pretensiosos, fui pretensioso. Olha só, eu sou um menino, meninos são pretensiosos, são vivos. Não vês em meus olhos esse brilho? Hoje eu recuperei aquele meu brilho no olhar, hoje eu acordei tão intenso, não vês essa minha falta de sono? São cinco da manhã, já são cinco da manhã e eu nem quero dormir. Desconheço qualquer coisa capaz de me fazer parar agora, agora que o me faz bem a minha companhia, agora que eu não sinto mais falta de mim. Eu acho descabida essa mania que a gente tem de achar que nunca mais as coisas irão ficar bem quando o mundo desaba. Mas vai explicar ao cidadão de boa fé com um pobre coração no peito que é assim que as coisas acontecem, vai explicar! Me sentei um pouco abobalhado com este pensamento e ri de mim mesmo, como se eu estivesse contando alguma coisa a mim mesmo, como se eu estivesse me justificando e me apontando o dedo ao mesmo tempo. Sorri de novo quando percebi que tudo isso era bobagem. Do que importa se tudo está tão bem agora? Enfim, faz tanto frio nesta noite de outono, já é quase dia mas eu ainda me encolho, me encolho de tanto frio no corpo, mas o coração... Ah, este se aqueceu quando o dia começou, este bate tranquilo no peito, quente, vivo. E no mais, e o resto, são outras coisas que não tem que ser ditas, afinal de contas. Do que importa agora?

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