quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sobre a Eternidade.





Oras bolas! A Eternidade é tão relativa quanto as palavras que eu uso pra descrever sentimentos que ás vezes desconheço. Alguns matemáticos me fariam calcular em vão, alguns teóricos me dariam mil e uma doutrinas para decorar e resumir, resumir a Eternidade? Sim! Eu diria que a Eternidade é agora, essa fração de segundo que passa frente aos olhos, que passa despercebida, quase que invisível.
Eu estou sentado no deck, de frente com todos os meus sonhos a conversar com ela, a Eternidade. Ela me disse pouco a seu respeito, me pediu pra esperar, me pediu também que não deixasse de acreditar que esse milésimo de segundo também é ela. Nada mais, se manteve calada o resto do tempo, somente me ouvindo. Ouvindo-me ela, a Eternidade.
Eu falei com todos os anjos e profetas. Tentei entender o que se passaria, o que seria, quantas vidas eu teria de entregar a Eternidade. Aprendi apenas que ela existe, que o tempo é correlato a ela, e que todos os meus aprendizados eram necessários embora parecessem vãos.
Eu estava entregue, quase que perplexo, eu era dela, e talvez nem percebesse, eu era também de um par de olhos que me observavam em silêncio, eu era também de uma mulher que se entregara por completo, e por causa dela me coloquei a entender a Eternidade.
Eu era tão pouco, só um menino, cheio de defeitos, eu era também um anjo, cheio de dons. Eu era uma mistura desse tem azulado cheio de luz com a escuridão que eu trazia nos olhos. Eu era tão pouco pra ela, eu era tanto pra ela. Eu era perfeito pra ela, ou não. Isso somente ela poderia me dizer.
Eu vivia em uma veste carnal, cheia de desejos, eu não era tão grande nem tão pequeno, eu não era nem tão santo nem tão mau. Eu era apenas o que desejava ser e ponto.
Ela se manteve aonde a luz chegava com mais facilidade, pra não ofuscar os olhos de quem andava na escuridão, e a vi de longe, acendi um cigarro e fiquei observando. Tão longe,  tão perto, tão dentro, fora não. Dentro.
Eu a peguei pela mão, e meu lado anjo cuidava do caminho dela, enquanto meu lado mau só se ocupava do desejo e dos pensamentos mundanos. Já não era capaz de ferir mais ninguém porque até meu lado mau já se tornara capaz de sutilezas.
Ela era o meu ponto de equilíbrio, talvez ela soubesse. Talvez não.
E sobre a Eternidade?
Sobre a Eternidade eu prefiro aprender com ela.

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