Quarta, quinta-feira,
seria dia banal. Meados de fevereiro, dia quente, noite propicia a
tempestades, maus pressagios e catastrofes, algo que soaria dolorido
no meu peito de poeta, de escrevedor, não fosse aquele sorriso. Ah,
aquele sorriso que traz luz pra todos esses dias!
Me dá teu abrigo, bela
menina, linda mulher! Me dê mais pouquinho dessa tua presença, é
outra tarde de fevereiro! O coração nas mãos, o sorirros nos
lábios, é o que eu trago pra ti!
Não se esqueça que
hoje é … sei lá, quinta-feira, que os ventos trazem uma chuva de
verão, mas que aquilo que pulsa no meu peito não é como esse
temporal passageiro, mas também não é menos devastador, muda tudo
onde passa, me faz ser só seu nas noites e dias de qualquer estação.
Eu seria o menino do
sorriso maldito mais uma noite, mais um gole, outro dia sem sentido,
mais uma noite de verão. Mas não! Hoje eu acordei tão doce e ainda
despenteado sorri pra mim mesmo no espelho do banheiro; cara de sono,
sorriso de criança, tudo isso por você.
Ainda nem amanheceu, na
verdade ainda nem é quinta-feira, se eu ainda não dormi, não é!
Mas venha cá! Me dê
sua mão, nós vamos dançar! Assim desordenados! Não é um tango,
nem uma milonga, não! Não é um samba, nem qualquer outra coisa que
possam nos ensinar.
Venha, é só seguir os
meus passos, sem dois pra lá, dois pra cá; é só me acompanhar, é
só me tocar e me deixar te levar, comigo, por mim, por ti.
Me dê a mão, ainda é
verão, ainda é fevereiro! Ainda somos tão jovens, menina! Ainda
temos o sol a nos guiar, o tempo a nosso favor, os sonhos, o ar, os
dias!
Eu sempre sonhei com
você, sem pressa, eu sabia que você iria chegar. Assim, feita pra
mim!
Enfim, o dia ainda nem
nasceu, nós temos tanto tempo! Nós temos um ao outro, e amanhã
será assim de novo, e será sempre assim!
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