sábado, 31 de maio de 2014

O mundo real. A ausência do poeta.




"Agora eu era herói”, o destemido poeta que ousava amar ainda mais, só porque era verdade.
Eu era herói porque era verdade, porque toda a ilusão teve fim. Era maio, amanhã era junho e fazia frio do lado de fora. Ali dentro algum sentimento maior que os outros inspirava os sol's das praias do sul. Um vento frio no começo da noite, um abraço quente no começo de qualquer dia.
Ela não tinha só os olhos claros, ela tinha os dias claros. Era diferente de todas as outras mulheres e por isso me fazia parar o tempo. Não era um sonho breve, e eu sabia.
O poeta deixara de escrever para viver os dias, vinha vivendo os dias. Um após o outro e por isso abandonara a pena, as tintas e os papeis.
Me desculpe o desajeito, caro leitor. Eu andei me preocupando com o mundo real, com aquela que realmente merece as minhas linhas.
Andei fim de tarde com ela nos braços, com ela do lado. A deixei me levar pra casa, sentado no carona, confiando a ela os meus destinos.
Guardei pra ela os sonhos mais bonitos, dormi em paz. Acordei sonhando aqueles sonhos que ela fez pra mim.
Não me venha falar sobre o poeta triste que habitou essas páginas. Aquele que já é morto. Que já se foi.
Qualquer coisa que eu tenha dito, qualquer coisa que eu tenha sentido, já não existe mais.
Ela veio e me encontrou assim, em branco. Ela veio e me fez assim, novo.
“Agora eu era herói” e ela era a minha meta, o meu calor. O corpo que eu quero encontrar do outro lado da cama, o sentido para todos os meus planos.
Ela era o que me dava impulso, vida. Luz.

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