A dona dos sonhos.

Era só juntar os fatos, eu a amava, ela me amava. Era inverno, ainda é! E eu a amo, a cada segundo mais. Era eu o menino bobo, que andava contando os passos. Coração na mão, olhar embaraçado, solidão.

Era, até que ela arrombou a porta, entrou e ocupou o que era dela. Ocupou os meus mais belos sonhos, fez com que tudo fosse dela. Colocou cor nas paredes e mudou os móveis de lugar. Fez de mim o menino alegre, de sorriso estampado, fim de tarde de sábado, depois de ter acordado tarde. Cabelo desarrumado, camiseta, olhos com uma luz radiante, o dono do colo dela, dos sonhos dela, do amor dela.

Descansa um pouco coração, no colo daquela menina. Descansa uma vida ou mais, você deve merecer essa calmaria.

Eu disse calmaria, não disse amenidade!

A calmaria que ela traz é daquelas cheias de intensidades. É ar o beijo dela, é chão o colo dela, é maior que tudo essa vontade de não deixar passar jamais!

Feche os olhos, meu amor! Vem chegando julho, é inverno, a gente pode andar de mãos dadas por aí, sem pentear os cabelos escondidos nas tocas, eu te esquento aqui dentro do meu abraço, dentro do meu casaco, embaixo do meu cobertor!

Não repara na minha cara de sono, deita aqui do meu lado, me deixe te olhar, assim de pertinho, outra e outra vez. Quem sabe ainda não tenhamos muitas outras vidas pra fazer tudo isso de novo e de novo?!

Talvez possamos dançar no por do sol, ou correr pelos jardins cobertos pela geada do inverno, meio desajeitados dentro de nossos agasalhos, dentro do nosso imenso universo de sonhos.

Eu posso levar o cachorro pra passear no fim da tarde, trazer um vinho pro jantar, cozinhar o que você escolher! Eu posso ter peito de aço e palavras exatas, eu posso cuidar desse nosso amor.

Pra tudo isso eu só preciso que você queira ficar, ficar mais esse inverno, mais essa vida, mais essa eternidade inteira.

E antes de dormir, escute aqui, as minhas palavras mais sinceras: - Eu te amo!


E se não fosse o teu amor, eu já teria desistido!