Eu
não sei muito bem quantas vezes eu me enganei, não sei quantas
histórias criei, quantas vontades tive. Mas tudo acabou passando,
como passam as tempestades, os temporais e os amores de verão.
Eu
te vi de longe, admirei a tua beleza e não soube mais nada sobre
você, foram só alguns acenos, de longe, foram só algumas vezes que
te vi passar. Passar como o tempo que nunca para.
Certo
dia, quando eu não acreditava em mais nada, e você, você também
já não passava, eu me sentei a beira do caminho e contei meus
sonhos, eram tão escassos, tão desmotivadores. Eu não tinha mais
nada. Num dos bolsos, meu coração cansado se misturava as cinzas,
eu era um resto de ilusão, sorriso maldito, fim de festa, mãos nos
bolsos e caminho solitário pra casa.
Mas,
certo dia você passou, eu senti o teu frescor a metros de distancia,
eu te segui com os olhos, você me notou, soube que ali havia alguém
em branco, mas também sabia quanta solidão existia naquele coração.
Você
simplesmente sabia como entrar, tinha as chaves, sabia fazer daquele
lugar abandonado um lugar mais feliz, em pouco tempo a sala escura
era cheia de luz e aquela era a sua casa.
Olha
só, eu andei tanto tempo por aí sem saber, mas era por você que eu
esperava. Nossos caminhos já haviam se cruzado, mas mesmo assim o
destino teimou, a sorte confabulou, nós entendemos afinal. E todos
aquelas histórias que tivemos, aquelas que não deram certo, que nos
machucaram, hoje se fazem valer, não era pra ser nenhuma delas. Esse
você e eu estava guardado nas estrelas, escrito nas linhas dos
nossos destinos e você estava direcionada a mim. Por isso não
pertenceríamos a mais ninguém. Assim seria, assim aconteceu.
Eu
te prometo algumas coisas, daquelas que posso cumprir. Eu te prometo
a verdade de um sorriso matinal e a transparência dos meus olhos, eu
te prometo a sinceridade das minhas palavras e a proteção dos meus
braços, eu te prometo a força e a delicadeza, a intensidade e a
calmaria. Eu te prometo ser leal, como são todos esses amantes
antigos, como são todos esses poemas que te escrevo, como as
palavras escritas a mão, lidas a beira da praia, entregues no papel
amassado no bolso, naquela minha ortografia que você mal consegue
ler. Eu te prometo coisas simples, sonhos doces, fins de tarde. Eu te
prometo o meu amor.
Estou adorando ler esses textos.
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