Tão voraz quanto as dores que perduram por uma única noite, em crises de febre, sono de fuga, olhos marejados, porém de ressaca. Mas não como os olhos de Capitu.
Escravo de um sentimento retrógrado, fez do fel um companheiro rude, porém velho parceiro da caminhada. Me dê a mão, talvez se cairmos juntos possamos nos salvar!
Vestido dos mais belos pesares e dos mais cruéis amores, era só o canto da sereia, era só devaneio vão, que escapa à mão, aos poucos, deslizando dramaticamente até a queda, que deveria ser fatal mas não foi.
Se soubesse se lembrar de outros invernos, se soubesse se lembrar de outros sabores, esquecer-se-ia do dela e talvez, fim de tarde, com o rosto frio feito vento, vermelho feito fogo, pudesse respirar mais calmo, mais leve e mais seu.
Queria só esquentar o coração, como faz na fogueira com as mãos. Abertas para não prender nada nem ninguém, livre, solitário e com um breve sorriso no rosto. Breve e leve, sincero e verdadeiro.
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