Eu teria deixado pra lá, teria dormido tranquilamente após tantos tropeços, fazendo tudo do meu jeito. Errado não, do meu jeito.
Mas não, eu preferi falar sobre as constelações, mas entenda, caro leitor, ninguém quer ouvir sobre uma dor que não é deles, sobre sentimentos que não são deles. Cada um tem sua forma de não se importar, julgar, mas criar uma realidade só sua.
Andei por horas em busca de aceitação e reconhecimento, até não querer mais, não é mais necessário. Eu finalmente não me importo mais.
O interlocutor sempre irá falar de si da maneira que se imagina, contará as coisas por seu ponto de vista. Mas afinal de contas, quem se importa com o interlocutor?
Hoje fez uma noite chuvosa, eu não queria falar de amor, de realização ou de qualquer outro tipo de sentimento ou percepção. Mas na verdade não importava, era só o meu sorriso de lado, a dor no peito de sempre, a saudade daquela que faz dos meus dias mais felizes e a falta do conhecimento de mim sobre mim mesmo, sobre quem eu havia me tornado.
O menino triste, das histórias tristes ainda era o mesmo. Mesmo depois de anos sem escrever, depois de anos sem falar de si ou de seus sentimentos. Mas ele havia mudado suas percepções, tinha passado a se importar menos com o que os outros acham ou podem querer. Se estava errado ou certo, também não era mais uma preocupação.
Era só o mesmo sorriso de lado, o mesmo cabelo despenteado, a mesma sorte, as mesmas palavras ao fim de cada linha. Muita coisa havia mudado, mas ele continuava falando sobre um universo que inventou pra si, já que é o único hábitat em que consegue respirar.
Eu teria amado ser diferente, eu teria. Mas não foi.
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