domingo, 20 de abril de 2025

Oceano.

Os passos que eu dei, as coisas que eu sabia, se tornaram tão inúteis ao te encontrar. Naquela madrugada eu era apenas um menino, mãos nos bolsos sem saber o que dizer.

Tão incerto como as palavras que eu nunca escrevi, eu andei ao teu lado, sem saber o que fazer. Na verdade muitas vezes ainda não sei. E por isso, me perdoe o desajeito.

Faz pouco tempo, mas eu já sei dizer que te amo.

Mergulho no teu olhar como que em um oceano, e me perco na imensidão. Eu não sei nadar, eu não sei desbravar tempestades em auto mar, mas mesmo assim, eu não tenho medo.

Me lembro dos teus passos em minha direção, como que em um chamado a viver o desconhecido. Eu mergulho nos nos seus olhos, e as vezes me afogo neles também.

Certa feita te falei sobre o amor, da minha descrença, das minhas desavenças. E você me desafiou a não te amar. Pois é, eu perdi o desafio.

Não me venha com ditos tão dolorosos, não é assim que você vai me afastar. Eu te quero, não vou te deixar ir embora tão fácil assim. Me perdoe o jeito de menino desesperado, é que se eu não gritar eu certamente vou morrer no meio dos meus não ditos. Malditos hábitos do meu pesar.

Só sorria para mim novamente, no meio de uma noite qualquer. Me mostre que eu moro aí dentro de ti, porque dentro de mim você é lei. 

Essa noite fez frio aqui dentro de mim, e o calor que vinha de ti era necessário, e o contrário do que você poderia imaginar, eu estive aqui. Peito aberto, cicatrizes à mostra. Seu, só seu.

Me dê a mão, ainda é noite. Daqui a pouco o dia vai nascer e nós vamos dormir, como sempre. Não deixe que não seja nos seus braços, não deixe que eu me perca no no oceano que eu insisto em mergulhar.

Lembra? Eu não sei nadar.

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