terça-feira, 13 de maio de 2025

Roube minhas horas!

 Talvez se deitasse mais cedo, sem medo do mundo, sem medo do profundo poço da arte do sentir. Nem se preocuparia. Amaria sem medo, deixaria de amar na primeira dificuldade, sem vontade seguiria. Todo medíocre. Feliz, mal sabe ele!

Mal sabe ele da explosão da alma do poeta, duzentos anos em dois, feliz como fera no ninho. Vivendo de verdade, longe da futilidade de ser só o que os outros esperam que eles sejam. Quem são os outros?

Quem são eles afinal?

Não fume, não beba. Não tome seus remédios! Talvez isso me lembre um poeta contemporâneo, só faltou " Não voe perto dos prédios". Eu sorri. A gente já nasceu morrendo, então faça o favor de amar!

Ela entrou, tão pequena, longos cabelos. Um jeito incrível de ser incrível, isso era tudo. Eu não saberia descrever. Ela era inacreditável!

Me olhou nos olhos, me falou sobre poesia, arte e intensidade. E eu, o menino intenso abri as portas da sala, hoje dei a ela as chaves que nunca dei a ninguém. A deixei entrar.   

Eu pensei que poderia dividir a vida com ela, mas não um vida amena. Nós jamais suportaríamos! Mas com ela eu seria capaz. Fim de tarde, café quente, corpo quente, amor carnal mas também de alma.

Me responda, você ainda é capaz de viver sem amar?

Eu não!

Talvez eu só tenha buscado por isso. Talvez eu só queria a encontrar! Tão diferentes. Tão iguais!

Talvez eu deitasse mais cedo, dormisse sem medo de me encontrar. Mas minhas horas ainda são suas, ainda posso deixar você " roubar"!



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