segunda-feira, 19 de maio de 2025

Transmutar.

Quando todas as luzes se apagarem olhe por aquela fresta!

Há um novo dia nascendo entre o dito e não dito, e seus passos mesmo que trôpegos voltarão a te levar a algum lugar. Não julgue a medida das coisas, apenas volte a caminhar!

O café vai te ajudar a abrir os olhos depois de outra noite cansativa, cheia de pensamentos. Talvez te abrace tão forte quanto a tua cama. Talvez esquente novamente o teu coração!

Levante a cabeça, menino. Ainda és tão doce! E eu juro que não entendo porque consegues ser assim!

Eu te olho daqui, do parapeito da janela andando tão leve. Nem parece estar sangrando, os olhos marejados num sorriso aberto. Ainda bem que eu moro no teu peito, se não nem saberia mais caminhar.

Todos os dias, assim que despertamos nos olhamos no espelho e você sorri para mim. Quase de forma inebriada me abraça através dele, e aí eu sou você!

Esses dias estivemos cansados, dormindo demais. Mas andamos de peito quente, coração jorrando o que há para jorrar. O olhar distante, o pensamento também.

Estive lendo suas histórias que também são minhas. Onde vamos chegar?

Nós não somos o cúmulo da sanidade, nós andamos distantes da perfeição. Mas nós temos tanto amor dentro de nós. Os passos às vezes tão rasos, como nós nunca seremos! Me dê tua mão!

Talvez se rasgarmos os textos, os poemas e as canções, assim como nos rasgam o peito, possamos sentir menos! Mas que graça teria esse não amar?

Talvez a canção que tocamos noite passada nos fale muito sobre nós. Sobre a nossa luz e nossa escuridão.

Quando as luzes se apagarem, olharemos para a aquela fresta! E através dela saberemos quanta luz ainda existe. Você é capaz notar?

Me dê a tua mão, nós vamos caminhar até correr, correr até nos transmutar. 

Olhe nos meus olhos mais uma vez, hoje eu fui incapaz de te calar.


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