Te escrevo essas linhas com um nó na garganta, um tanto embargado pela saudade. Pelo vazio da tua partida.
Escrevo com pressa para poder acompanhar os pensamentos tão atribulados, as mãos tremulas sobre papel denunciam a minha ânsia por te escrever.
Escrevo sabendo que em algum momento irá me ler, invadida de saudade, nem que seja da minha escrita. Ou pela curiosidade de entender o que você deixou.
Escrevo falando alto cada palavra, embriagado pelo medo, embargado pelos meus próprios dizeres. Te coloco em cada linha e entrelinha e choro um choro sujinho. Cheio de medo e caos.
Ontem eu caminhei por alguns minutos lá fora, já era tarde, e eu senti até um certo medo de tanta escuridão. Mas era necessário.
Eu conversei com as estrelas e contemplei a lua, me pareceu estranho olhar para elas com os olhos tão marejados. O peito apertado, as lágrimas mesmo contidas me escaparam os olhos. Foi impossível não deixar que elas me molhassem o rosto, o peito, a alma. E então eu chorei.
No fim das contas eu voltei para a casa, acendi as luzes de todas as partes e liguei a televisão. Eu precisava calar a voz que gritava dentro de mim, nem que fosse pela confusão sensorial que essas coisas poderiam me causar. Não adiantou. Eu apaguei as luzes e fui dormir, mas antes abracei o travesseiro feito criança com medo e dormi apertando ele contra o peito. Como se fosse você.
Te escrevo essas palavras na certeza de que se lembre do teu menino e sorria mesmo que neste poema triste. Que se lembre de mim e me tenha nessas linhas.
Te escrevo esperando que este poema te encontre de peito aberto para a vida, cheia da tua luz. Escrevo para que receba todo o meu amor.
Ontem eu caminhei por alguns minutos que pareceram horas e eu era capaz de jurar que você estava lá.
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