quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A um outro humano com carinho.



Eu sei quem sou eu, e dizem que o mais importante é realmente isso, nos conhecermos por inteiro.
Mas na verdade eu acho que se conhecer por inteiro não é tão vantajoso assim, visto que, quando nos conhecemos, conhecemos qualidades, defeitos, forças e franquezas.
“Vê que a minha força é quase santa, como foi santo o meu penar” , fracos e fortes, grandes e pequenos, assim somos todos nós, protetores e protegidos, anjos e demônios, caçadores de nós mesmos na imensa procura de auto-conhecimento.
Eu sei quem eu sou, e a minha angustia maior vem de saber realmente quem sou, e ela só não é maior que a angustia antes conhecida, aquela de não saber efetivamente quem eu era, era porque depois de sabermos quem realmente somos deixamos de ser seres humanos confusos desconhecidos pra nos tornarmos seres humanos confusos e conhecidos, é, até a obviedade humana é complexa.
Tão complexa quando os livros santos em aramaico que traduzidos ao português ao invés de mudar apenas de idioma, mudaram a essência, sim, quando nos traduzimos trazemos conosco a mudança da essência, pra pior, pra melhor, pra maior, pra menor, pra tudo isso, e o que é pior, ao mesmo tempo.
Talvez realmente seja assim, talvez não haja solução pras angustias humanas, talvez o castigo seja realmente ser humano.

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