segunda-feira, 21 de março de 2011

Num pedaço de papel.


E de repente todo o mundo estava distante.
De olhos fechados ele tentava tocar o intocável, com os olhos rasos esperava que um milagre acontecesse, sem forças pra se levantar ele flutuava sobre todas as coisas, em pesamentos a tocava. Era o que tinha, não era o que o satisfazia.
E do nada uma estranha luz o tocou, estava fora do mundo, se sentia fraco. Desta vez não era fácil se manter sobre as pernas, parecia que o cansaço tomava conta dele, parecia que não existiam maneiras mais fáceis de fazer aquilo. Mas mesmo assim ele não desistiu.
Com as mãos tremulas ele tentava escrever uma carta, uma carta que fosse capaz de atravessar mares em uma garrafa ou simplesmente ser entregue onde quer que ela esteja.
Ele queria dizer que a amava com todas as forças que tinha dentro de sua alma, e que não interessa como ele sempre estaria ali, do lado dela, zelando, cuidando e amando.
Aos poucos suas mãos tremulas escreviam palavras que ele jamais disse, ele gastou todo seu tempo olhando para aqueles olhos encantadores, tanto que não teve como dizer que a amava. Talvez ela soubesse.
E no seu leito, aquele que protegia seu corpo cansado das demais atrocidades do mundo ele observava o mundo dela, ela certamente sabia que ele seguia seus passos dali, e por isso se sentia protegida. Desta vez não eram seus braços fortes que tomavam conta dela, era somente o seu amor e ele lhe bastava.
Aquela carta atravessou mares, seguindo uma espécie intuição do coração dele, até que a encontrou de forma esperada. Ela sabia que ele a encontraria de alguma forma.
E assim que ela desdobrou o pedaço de papel e leu aquelas palavras uma luz enorme adentrou sua alma, ela pode perceber que certos sentimentos são bem maiores do que qualquer volta que o mundo possa dar.
Naquela noite ele visitou seus sonhos.

Um comentário:

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