quarta-feira, 9 de março de 2011

O medo.


Do fim da escuridão ele ouvia uma voz, não era alguém a traçar objetivos e metas, era sua própria consciência a falar: - Isto é errado!
Mas o que fazer? Pensava consigo mesmo. Ele tinha o destino nas mãos e não sabia o que fazer.
Certo dia se levantou assustado no meio da noite, chorava como uma criança, se sentia perdido no maremoto que sua vida havia sofrido, estava tudo tão diferente, ele estava feliz mas se sentia um pouco assustado. Tinha medo que a aquilo acabasse, tinha medo de que sua felicidade o deixasse.
Aos poucos os próprios gritos de pavor ecoaram pela casa, numa mistura de desespero e dor, ele chorava quando estava infeliz e agora chorava de medo de perder aquela felicidade.
Juntou as mãos, e olhava pra si mesmo, não sabia porque aquela sensação o invadira, tinha um aperto no peito, um nó na garganta, parecia que tudo andava bem na corda bamba e ele simplesmente queria que nada saísse daquele lugar.
Se levantou e foi até o banheiro, lavou o rosto e olhava para o espelho, seus olhos estavam vermelhos com um certo ar de cansaço: - Isto é loucura! Está tudo tão bem! ( dizia a si mesmo ).
Depois de alguns minutos retornou a cama, não pregava os olhos, o coração batia desesperado procurando onde se firmar, mas naquela noite a cama estava vazia e ele rolou por ela, como quem procura algo pra se apegar.
Logo menos o sono veio e ele se acalmou.
Existem dias em que a felicidade é tamanha, o bem estar é tão grande que causa desespero. Obviamente a felicidade é o ápice de todas as coisas, é tudo o que procuramos. Mas ao lado do medo de não ter mora o medo de perder, talvez este mais forte que o primeiro. Mas talvez seja ele o que nos faça dar valor em tudo o que realmente vale apena.

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