quarta-feira, 6 de julho de 2011

Libidinoso.


Eu estava aqui, sozinha vendo aquele filme que já assisti mil vezes quando adormeci. Eu sonhei com você, e desta vez foi diferente. Eu sempre tenho sonhos corriqueiros, sonhos com as pessoas do meu dia a dia, mas esse sonho foi bem diferente.
Eu estava sentada em um lugar desconhecido tragando aquele cigarro, nem sabia o que estava fazendo lá. Talvez observando o caminhar de vidas. Pessoas e seus mil e um afazeres quando você apareceu, fazia frio mas nem todas aquelas roupas eram capazes de esconder o seu corpo, aquele corpo que eu já conhecia, e você toda convidativa passou, só passou e me olhou como se fosse pra eu lhe seguir. Só sorriu assim meio de lado, tão malandra, tão mulher.
Eu me levantei, continuei a fumar e fiquei olhando, olhando você caminhando em uma direção qualquer, em alguns segundos te segui, fui andando mantendo uma certa distancia contemplando tanta sutileza e libido espalhados naquele corpo de forma exata. Seu andar exalava sensualidade e eu tentava pensar, mas que pensar que nada, meu corpo falava por mim e eu só te seguia.
Quando por fim ela entrou em um lugar escuro, cheio de luzes de neon. Era um bar, me lembro que era um bar.
Procurei ela por todos os lados e pensei: - Onde essa mulher se meteu? Não acredito!
Me encostei em uma parede e fiquei olhando as pessoas, quando ouço uma voz perto do meu ouvido dizendo: - Cerveja?
Era ela, com duas garrafas de cerveja nas mãos, sorrindo maliciosamente, eu meio desajeitada aceitei e olhei bem fundo nos olhos dela, ela exalava tesão e pecado, por todos os poros e me devorava com os olhos, me despia, me deixava sem ação. Quando do nada ela colocou a ponta da garrafa gelada no meu pescoço sutilmente olhando nos meus olhos, deixando seu rosto muito perto de mim. Eu me arrepiei, eu a quis, quis muito.
E ela disse baixinho no meu ouvido: - Eu sei o que se passa pela sua cabeça!
Eu respondi prontamente, um pouco compenetrada nos olhos dela: - O que eu estou pensando?
- O mesmo que eu, pensando, desejando, querendo. Respondeu ela, sem tirar os olhos dos meus.
Juro que não aguentei, a peguei pela cintura, a trouxe pra junto do meu corpo, com força e a beijei com toda sede do mundo, a beijei como se a devorasse, ela correspondia com mesma força e tesão.
Quando por fim ela disse em meu ouvido: - Me tire daqui.
Sonhos são um pouco nebulosos, do nada eu estava em um outro lugar, só eu e ela. Aos beijos mais ardentes, nos despimos, nos entregamos loucamente ao libido, de uma forma incontrolável. Como se um tufão ou um maremoto tomasse conta dos nossos corpos que se atraiam como imas, negativo e positivo.
A pele dela se colava a minha, como se houvesse uma corrente elétrica que arrepiasse cada parte do meu corpo que se encontrava a ela, ela estava nua, minha, entregue.
Eu a peguei nos cabelos e a olhava nos olhos, o tempo todo nos olhos, e naquele instante o mundo inteiro parou, eu só ouvia todos os gemidos dela e suspirava de volta, suspirava forte, alto.
Eu estava em cada parte do corpo dela, ela estava em cada pedaço meu, invadindo, tomando conta.
Era como se nada pudesse nos tirar dali, era como se as paredes fossem o único limite entre a gente e o mundo lá fora.
Nossos corpos dançavam uma música que ouvíamos simultaneamente naquela sintonia de atos e reações, se entendiam como ninguém, se encaixavam perfeitamente. Ela era minha, eu era dela, nossos corpos se falavam.
Acordei um pouco transtornada e me sentei na cama e me coloquei a pensar. Vontade de voltar para o sonho, muita vontade.

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