terça-feira, 9 de agosto de 2011

Agora é possivel


Andei um pouco atordoado pela casa, meio cabisbaixo, esvaziei os bolsos e me sentei aos pés da cama, e aos poucos enxerguei uma luz, era como se aquele caminho escuro se clareasse, era como se eu sentisse nos meus ombros a responsabilidade de mudar os trilhos.
Eu estive em orbita, em alfa, sabe-se Deus onde eu estive, mas aos poucos eu sinto um pouco de mim aqui, me sinto me deslumbrar com o mundo outra vez, o telefone tocou e uma voz doce perguntou se estava tudo bem, eu disse que sim, e aí interrompi o que ela dizia e completei com: -Eu gosto tanto de você, sabia? Sabia que você me faz bem?
Eu me senti bem dizendo aquilo, pela primeira vez eu me sentia livre pra dizer aquilo. Não falo de amor, falo de começar do zero, poder gostar outra vez e quem sabe poder amar algum dia.
Eu só preciso, preciso mesmo que aos poucos fugir desse universo paralelo, deixar de sonhar com o que nem é real, eu estive de coração atormentado.
Tem um bem me quer me abrigando nessas noites frias, e eu pateta vivendo no mundo da lua, guardando tudo aquilo que eu poderia dar a ela, mas eu posso, posso retribuir, eu tenho tanto afeto pra dar.
Me levantei, andei devagar até a porta e a abri, preparei roupas pra um banho quente, deixei a agua quente cair sobre minhas costas, lavei o rosto e pensei no quanto eu não me arrependo de nada que eu vivi, não me arrependo de ter sido feliz e muito menos de alimentar o impossível.
Mas certo dia, e esse dia foi este, a gente descobre que é hora de recomeçar, recomeçar como um livro em branco, olhar outros olhos e dizer: -Eu te preciso! É, agora é possível.

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