quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Anjo.


Ela estava sentada em um canto escuro, em uma mão girava um chapéu panamá de cor clara em outra segurava um cigarro, sozinha, olhando para o nada, compenetrada em alguem pensamento oportuno quando eu me aproximei.
Cheguei bem devagar e me sentei ao lado dela, ela se assustou eu apenas a olhei e abri um sorriso, um leve sorriso, ela me sorriu de volta e me abraçou, abraçou como se abraça o mundo, eu me senti o seu mundo.
Eram três, quatro horas da manhã, eu me sentia a vontade com a situação, aqueles braços quentes dela em torno de mim, aquele cheiro de mulher, aquela sensação de estar dando e recebendo proteção ao mesmo tempo, foi aí que me afastei um pouco, a olhei nos olhos e a beijei, beijei por um longo tempo com doçura, com calma. Depois olhei nos olhos dela e disse: - Fique perto de mim, não me deixe me perder mais, não me deixe ir embora, nem se um dia eu quiser, eu me sinto bem aqui.
Ela sorriu, me abraçou novamente e disse em meu ouvido: -Eu não vou deixar você fugir. Aquilo me aqueceu o coração.
Eu estive tendo dias tristes menina, e demorei a enxergar o quanto estavas ao meu lado, demorei a perceber o quanto ando te precisando, talvez eu estivesse cego.
E então peguei em sua mão e disse: - Não se preocupe, eu vou cuidar da gente, você já cuidou de mais de mim. Ela sorriu e então a peguei pela mão e a levei, a levei para a minha vida pela porta da frente.
Desculpa a demora, desculpa o atraso, desculpa todas as lágrimas que derramei no seu colo por um amor. Ela é um anjo e só hoje eu percebi.

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