segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sossego


Eu não entendo todos esses temporais insensatos que invadem certas horas dos meus dias, eu só entendo o que dizem os poetas sobre o amor.
Eu deixei de analisar como um matemático e passei a sentir como um humano, eu passei a dar tempo ao tempo e dar ouvidos ao coração.
As vezes me abrigo em braços quentes, quando aquele sentido humano aparece, aquele que quer carinho, colo, abrigo, ai encontro alguma moça de modos suaves e me rendo aos seus encantos, tinha até me privado disso, mas as vezes o corpo pede um pouco de carinho e a alma um pouco de calma. Não nego que em meio a essa onda de mal me quer eu tenho alguns bem me quer. E é assim que eu me aconchego a um colo vez em quando. Mulheres fortes e carinhosas, mulheres, e eu não nego que do jeito que eu ando, meio lá meio cá, eu pareço um menino frágil daqueles que precisam de cuidados, e é aí que mora o perigo, perigo de me encantar de mais certo dia com algum colo desses e querer que seja meu, só meu.
Não venda sua alma por qualquer trocado caro amigo, cuide dela com amor ou ceda, ceda as vezes para que alguém com sutileza nos gestos possa cuidar, eu tenho observado o quanto as vezes é importante se arriscar e não passar todas as noites aos prantos, algumas noites de carinho não fazem mal a ninguém.
Deixe entrar, se sentar e vislumbrar, deixe te acariciar os cabelos e sossegar os lábios, deixe que te encantem, mesmo que o encanto já esteja dado a alguém que não faz uso dele.
Em outra noite cruzarei com olhares capazes de me sossegar, e o que eu preciso hoje é de um pouco de sossego, mesmo que seja sossego de uma noite.

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