segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A cerveja, o cigarro e o silêncio.


Dizia Renato Russo:
“Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição
Hoje não estava nada bem
Mas a tempestade me distrai
Gosto dos pingos de chuva
Dos relâmpagos e dos trovões.”

E por isso sai pra andar sozinho, fazia frio, eu usava aquela jaqueta preta de gola levantada cheia de bolsos, aquela que eu gosto mais, com um ar um tanto beatles que sempre combinou com o meu cabelo,me dando um ar de uma outra época. Em uma mão uma cerveja, na outra um cigarro.
Eu ouvia todas as vozes em um show de artistas conhecidos, não sei bem que é, não ouço muito aquele tipo de música, passei longe do tumulto, me sentei em um lugar onde eu apenas via todas aquelas pessoas e comecei a pensar no quanto somos egoístas.
No fundo eu só queria que alguém por quem eu tivesse carinho se aproximasse, me desse um abraço forte e compartilhasse da minha cerveja e do meu cigarro, queria me sentir importante pra alguém.
Mas aí parei pra pensar em quantos amigos eu tenho, tanta gente que sempre está ali, no fundo eu queria mesmo ficar sozinho.
Minutos depois eu queria conversar, é confuso amigo, mas sei lá, talvez o certo seja que eu queria alguém que simplesmente ficasse ali, em silêncio.
O mundo dá tantas voltas e nem sempre a gente está certo do que quer, no fundo eu sinto falta de coisas que eu nunca tive, que eu nunca senti.
Essas noites estranhas a vezes ocorrem e tiram da gente certa força, certo brilho. Mas eu só queria um motivo pra atirar esse mar tristeza que tomou conta de mim hoje do vigésimo andar. Eu sei que posso, são não tenho motivos.
Voltei pra casa a passos largos e me deitei no lugar mais confortável do mundo, agora estou aqui protegido de todo mal, mas ainda me sinto sentado no alto, onde eu pudia ver tudo, analisando todas aquelas vidas e querendo compartilhar a cerveja, o cigarro e o silêncio.

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