sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

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E aquele pedaço de carne nem sabe mais o que é ter certezas, e toda vez que ele encontra uma forma de descansar leve em outro coração um maremoto invade a tarde de qualquer estação trazendo a certeza de que no fim não há paz pra ele.
O que há? O que há no fim dessa tarde cinzenta amigo? Porque é que todos os dias você vem insistir tentando me convencer de que aquela solidão ainda vai voltar e que dia após dia nada vai ficar bem?
Quem dera ter no peito aquele coração de criança, aquele que tinha em si os sentimentos mais puros e simples. Eu não sou um menino valente todos os dias, mas eu sempre me visto de sol e abro os ombros pra ter neles mais força pra poder me fazer grande.
Eu tenho a imperfeição tatuada com letras enormes na alma, eu não sou um anjo nem um rude, eu só tenho na alma aquela busca por algo que parece distante. Não me olhe com olhos de pesar bela menina, eu só carrego alguma cruz que devo merecer, por minhas escolhas erradas, pelo meu fardo pesado, pelo meu medo de não ser feliz um dia.
Não me olhe de canto de olho, eu não sou um menino mau, e se soubesses o desejo do bem que carrego por ti, e se soubesses o afago que guardo todas as noites para te dar, certamente não entenderias o quanto é grande. É, eu sei que não sou exatamente o que precisavas agora, não sou. Mas você tem sido aquela luz que eu não quero perder, talvez não saibas mas és minha única luz de uns tempos pra cá.
É como se você invadisse a minha sala escura numa noite fria e me pegasse pela mão, me fizesse compartilhar dessa luz. E por mais que eu queira te dar o mundo em troca, parece que daqui eu sou tão impotente, e isso por fim acaba por me machucar, mas enfim, eu só queria te oferecer o afago que guardo todas as noites, eu só queria não te afastar de mim, eu queria apenas te mostrar o doce, o real, o grande.
As vezes eu sei que te fara bem caso fosse embora, mas eu não posso, dou dois passos em direção a porta e mais mil passos em sua direção, desculpa se tens calor de lar, desculpa se não posso evitar querer voltar pra casa. Eu sou só um menino. Só um menino.

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