sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

E isso foi tudo.


Não me lembro bem que horas eram, parece estranho, mas eu não me lembro. O celular tocava ao lado da cama, acordei um pouco atordoada, olhei pra tela, vi o nome dela e finalmente atendi.
-Oi! ( ainda com voz de sono, como quem ainda não está nenhum pouco acordada)
-Oi! Eu sei que é tarde, mas, me bateu uma vontade de você!
Eu sabia que vontade de mim a aquela hora era mais ou menos como um convite expresso em letras garrafais, eu sabia o que ela efetivamente queria.
-Onde podemos nos encontrar?
-Estou na porta de casa! Tem como vir me pegar aqui?
-Claro, já estou chegando!
Parei em frente a casa rosa de portões brancos, esperei por um ou dois minutos quando ela veio se escondendo da chuva que caia, me olhou com desejo nos olhos. Seu perfume se alastrou por todos os cantos, cheiro de mulher.
Tratei de tirá-la dali rápido, trocamos um ou dois beijos antes de sairmos dali.

- - -

Fechei a porta lentamente, ela entrou na minha frente e ficou parada no meio do quarto, só me observando, finalmente me virei e olhei pra aquela mulher de traços frágeis e de corpo desenhado, linda, convidativa. Foram segundos de troca de olhares em silêncio, nossos corpos gritavam por aquela aproximação, nossos olhos se convidavam. Era explicito!
Nos aproximamos em um ato programado, ao mesmo tempo, rápido, ardente e novamente nos beijamos, desta vez com mais desejo que da primeira, nos beijávamos com o corpo todo em um incrível encontro de corpos que se desejavam simultaneamente.
Nos atracamos como animais irracionais, famintos, sedentos!
Sabíamos, afinal de contas aquela não era a primeira vez. Nos afogamos em um mar de desejos ardentes! Os gemidos dela tiravam completamente a minha noção de tempo e espaço, era como se meu corpo tivesse vontade própria, e esse vontade fosse a do corpo dela. Eu estava nela, com ela, dentro dela. Naquele instante nada poderia me tirar dali.
E assim a noite passou, passou rápido de forma deliciosa.
Pela manhã a deixei de volta na casa rosa de portões brancos com os simples dizeres:

-Me ligue sempre que sentir vontades de mim!

Sorrimos, e isso foi tudo.

Um comentário: