domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tango.


E aí me deu um desajeito no peito, uma dor um pouco incomoda, em pleno carnaval meu amigo! É fevereiro, tem “mulata nua na roda do samba”, tem malandro que é malandro todo dia, mas hoje é dia todos serem malandros.
Enfim, mesmo assim deu desajeito no peito, não deu saudade, não deu vontade, deu desajeito. Fiz algumas loucuras movido pela dor e o álcool misturados, fui completamente inconsequente, chorei num canto um pouco só, estive entre aqueles que amo mas mesmo assim quis ficar outra vez só.
Sabe amigo, eu ando cada vez mais viciado nessa solidão, é uma vontade de ir pra casa antes da hora, é deixar todos ali e partir, se calar, é estar inteiro em um instante e no outro já ter partido, estar partido.
Eu sempre tomo partido, mas como ando de coração partido eu sempre tomo doses a mais, sorrio, converso de mais, sorrio pras meninas que passam, pareço o mais feliz de todos, mas na mesma proporção me recolho depois, peço desculpas e me retiro mais cedo. É que eu preciso ficar só garota, é que eu preciso estar mais um pouco só, só comigo mesmo.
E então me encho de auto criticas, depois me encho de certezas, aí é que me encontro, me encontro e me perco em cada fim de tarde ou fim de noite.
Eu acordo com a serenidade nos olhos, mas são trinta minutos respirando este ar quase que faltante, e eu já me tornei de novo o menino inquieto, aquele que só se ajeita na cama no meio daquele quarto de parede azul.
Eu olho pra frente e danço outra canção, toca tango no carnaval irmão? Toca tango em fevereiro?
Toca um tango, quem sabe um bolero triste no meu coração e eu fico aqui, tão só, tão só escutando a canção!



"eu te inventarei
Palavras absurdas que você compreenderá
Te falarei daqueles amantes
Que viram duas vezes seus corações excitados
Eu te contarei a história daquele rei
Que morreu porque não pôde te reencontrar."

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