segunda-feira, 23 de abril de 2012

Eterno.

Eu ando apaixonado pelo poder que tem aquelas palavras que eu não digo, eu ando cada vez mais apaixonado, mais apressado, mais sorridente, ando com um sorriso de moleque nos lábios, com manias grandiosas, com vento entre as asas, com um ar sereno, com um sorriso claro nos olhos, naqueles meus olhos tão escuros. Ando com a certeza de que o tempo não volta atrás e que cada segundo que passa é um segundo perdido ou um segundo ganho, depende do que você faz dele. Ando com a mais absoluta certeza de que tudo aquilo que você deseja tende ser feito agora, que o tempo não para e que não existe dor pior que a do arrependimento, o arrependimento que é ineficaz, o arrependimento que é inútil. Ando cada vez mais apaixonado pelas palavras ditas, pelo beijo dado, pelo sorriso compartilhado, pela tarde de domingo sonolenta e pela noite agitada de sexta. Pela piada do amigo, pelo aconchego, pelo colo, pelo abraço. Ando sorrindo por aí, ando dormindo as vezes tarde de mais, as vezes cedo de mais, ando com cara de sono, ando com jeito com moleque travesso, daqueles que aprontam as escondidas, aprontam na cara, aprontam as malas e vão embora, armam campana e ficam, marcam estadia e a aproveitam. Vão embora quando querem, as vezes nem vão. Olha só garota, hoje eu tenho um plano pra nós dois. Segure firme em minhas mãos, vamos andar pela vida sorridentes, vamos ser confidentes, amigos, companheiros, mas não me reprima quando eu te abraçar e te roubar um beijo mais que amigo, mais que confidente, um beijo de amante, de moleque, de namorado. Olha só, é só o que eu quero hoje, hoje é tudo o que eu quero. E aquele menino só queria outra noite de inverno, outra manhã sonolenta, outro café quente, outra coisa qualquer que lhe trouxesse paz. Já era um rapaz mas se sentia um eterno menino.

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