quarta-feira, 16 de maio de 2012

Querer bem.

Em outra tarde eu me encontro, um pouco cansado porém pensante. O que eu ofereço não são migalhas, o que ofereço a cada amor, a cada paixão não são restos de um outro amor, de uma outra paixão passada, o que ofereço é sincero, fiel e único. Eu sou um poeta mulher, poetas não reciclam sentimentos, poetas sempre tem coisas novinhas em folha pra viver. Tenho todas aquelas manias de poeta, principalmente a de experimentar os sentimentos que descrevo, deixar entrar pelos poros, gritar de dor, chorar, sorrir. É, eu sou um poeta! Hoje eu acordei com um amor no peito, com um amor até antigo já, um amor que sempre foi amor, e então aqueles olhos me vieram a mente. Quem és tu mulher? Que devora minha alma desde o corpo, que me engole feito leoa, que me mastiga como um bicho cruel. Quem és tu mulher? Que procuro sonolento do outro lado da cama, que perturba meu sono, que me deixa sem saber o que fazer. Era tão fácil, era tão simples para os dois que se amassem, que se cuidassem, era tão fácil viver do meu amor, um amor sereno que poderia durar pra sempre. Mastiguei lentamente as palavras que escrevi, como se mastigasse meu próprio coração, me lembrei de ti e aquela ferida enorme no peito jorrou sangue, jorrou toda a vida que ainda tinha, eu chorei, eu me perdi com dores de morte, dores de parto, dor de coração rasgado, rasgado por suas unhas que tanto agrado um dia me fizeram. E quando nessas tardes tão banais eu me pego pensando e ti eu já sei, já sei da dor que está por vir, é sempre assim, um sofrimento seguido pela saudade, a saudade seguida pelas lágrimas, as lá grimas seguidas de um sorriso que diz: “ - Se cuide meu amor, se cuide porque eu te quero muito bem!”

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