segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Logo eu que não sei muito sobre o mar.

Eu andei calado, eram três, quatro horas da manhã, estava um pouco bobo, sorrindo atoa, mas tinha saudade, muita saudade. Tive vontade de dormir nos teus braços, menina. Menina tão mulher que me deixava confuso as vezes, vez ou outra me fazia lembrar alguma estação mais quente que esta. Era tão alheia as vontades do mundo, era tão propicias as minhas vontades. Tomou mais um gole e se sentou ao meu lado, me olhou nos olhos, me deu outro beijo, me cantou uma canção. Eu só observei, observei o quanto caminhei pra chegar até aqui. Não sabes da metade das dores que já carreguei no peito, mulher. Não sabes. Mas é que quando te vi me livrei dos medos, dos temporais, das tempestades. É que ocupas os dias de sol e também os nublados, tens no sorriso a saída, tens nos olhos aquilo que eu quero pra mim. Já pensei em quantas constelações se moveram pra te trazer pra mim, já pensei em quantos mares nossas almas atravessaram tropegas, no quanto já nos iludimos nessa vida, o quanto já pensamos em amar. Mas olha só o mar, menina, aquele com quem eu não tenho grandes afinidades. Olha só o mar trazendo novos ares, novos sentimentos, olha só, hoje eu queria contigo ver o mar. De mãos dadas na praia, no fim da tarde, quando o sol estiver indo embora. Queria andar descalço, pés na areia, roupas leves, coração na sua mão, o tempo todo. Olha só o meu sorriso de menino bobo, olha só essa estação chegando, logo é primavera meu amor, aquela primavera que te trouxe a vida, tens encanto de flor. Flor de primavera. É quase setembro, é quase hora, é quase. Só não é quase paixão porque paixão já é! Te carreguei em pensamentos, tive vontade de te levar pra passear por aí, te dar um beijo cheio de sol, ser sol, ser um mar onde você navegaria. Logo eu que não sei muito sobre o mar. Eu me enchi de sol quando te olhei nos olhos, era inverno, eu lembro, era inverno. Mas em momento algum me esqueci de que quem te trouxe foi o mar, quem te trouxe foi a primavera, o sol, quem te trouxe tinha alegria nos olhos. E eu, sempre um menino triste me enchi de sol, me enchi de luz, me tornei criança de novo, sai do calabouço e decidi ser feliz, te fazer feliz, te chamar pra andar de pés descalços à beira mar. Que saudade me bate da primavera, que saudade me bate do mar, que saudade me bate de dias de céu claro, que saudades me bate de ti.

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