domingo, 23 de setembro de 2012

O oceano.

Me desculpe o desajeito, mulher. É que hoje eu acordei um pouco menos manso, estava um pouquinho inquieto durante a tarde, acordei com um aperto no peito daqueles que não tem explicação nenhuma. Me perdoe as lágrimas que agora banham-me o rosto, você não entenderia o que se passa, vai ver entende, é, eu acho que entende sim. É que a saudade chegou assim que eu despertei, a saudade caminhou ao meu lado o dia todo, eu senti tanta falta de ti. És diferente, com uma intensidade assustadora, és diferente, meu amor. Eu falo de amor, amor. Há quanto tempo eu não falava de amor presente? Há quanto tempo? Eu falo de um amor presente enquanto derramo lágrimas de saudade, me lembro de cada detalhe teu e sinto a tua falta, quanta falta me faz, meu grande amor! Dentro do peito um coração inquieto, acostumado com hoje, nunca com amanhã, intenso, sedento, dentro do peito um coração que é só teu, nos braços uma vontade enorme de te afagar, de cuidar de ti sempre. Não se deixe levar, meu amor, essas mãos que correm pelo meu rosto agora enxugando essas lágrimas, são as mesmas que correm pelo teu rosto pra te acariciar, são as mesmas que correm pelo teu corpo sedentas. Não se deixe assustar, meu amor, eu sou pra ti um amor daqueles que só vieram cuidar. Me deixe cuidar de ti, já que essa minha fragilidade de hoje não passa de saudade e se você vier eu volto a ser forte, eu volto a ser grande, daquela forma que você sabe que sou ao teu lado, cuidando, só cuidando de você o tempo todo. Eu poderia te falar sobre esses dias incomuns, sobre os astros, os planetas e todos os mistérios do universo, poderia te falar sobre teorias vagas e sobre fundamentos dessas mesmas teorias. Eu poderia bater na sua porta de madrugada e te levar comigo, te beijar a boca no meio de uma conversa banal, poderia tirar a tua roupa só com os olhos ao te ver passar. Mas hoje eu acordei um pouco menos manso que o de costume e percebi a falta que me faz. Traga-me mais um gole deste amor, porque a minha sede há de sugar todo esse oceano, por isso, traga-me outro mar, me deixe te amar, só hoje, só enquanto ainda houver ar pra respirar.

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