quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A Vilã.


E quando tudo está fora do lugar é difícil enxergar! Aquelas tardes ensolaradas parecem mais lembranças vagas de um sonho bom, fora da realidade.
As vezes a escuridão do quarto, entre os lençóis parece ser o único lugar seguro, a cama macia e todos aqueles sonhos que só acontecem realmente quando a gente dorme.
O mundo lá fora é perigoso, garoto! As armas estão todas carregadas e a cada passo existe a possibilidade de que você se enxergue neste campo minado, da forma mais dolorosa possível.
Ande devagar, ou melhor, nem saia do quarto, mantenha-se no abrigo se te é a única forma de refugio.
Não vale apena se perder nesse mar de maldade, se a tua alma continua pura, melhor a dor do que se juntar a eles, sempre tão egoístas e maliciosos. Teu choro ainda é puro, garoto. Não deixe que tuas lágrimas se misturem ao fel, você pode se manter menino pra sempre, mesmo que seja só um menino triste.
E se te faz bem a escuridão da persiana fechada, e se te faz bem o calor dos teus lençóis, se ameniza tua dor a conversa com o travesseiro, se mantenha aí. Se não podes levantar pra lutar porque tuas cotas se esgotaram, não passe a lutar como eles, com armas injustas e munições envenenadas.
Não seja um menino vulgar qualquer, se mantenha limpo, honesto, mesmo que pra isso você tenha que se desligar do mundo todo.
Eu me tranquei pra ver todos os meus sonhos de olhos fechados, no quarto escuro e não sei quando acabo, já que meus olhos tão cansados não querem mas assistir a esse drama onde no final os mocinhos sangram e a vilã é a própria vida.

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