domingo, 11 de novembro de 2012

Mares e maremotos.



Aí mergulhei neste mar sem volta, eu me perco sempre que faço isso!
Me coloquei dentro daquele universo que as vezes me puxa pra cima, mas que na maioria das vezes me puxa pra baixo. Me coloquei a escrever, outra vez.
Analisando cada dizer como em um calculo minucioso e explorando aqueles sentimentos que nem sei se são meus, mas que se tornam meus sempre que as palavras me vem a mente. Não são simplesmente palavras, são um maremoto dentro de mim, me remetendo a lugares incertos e não sabidos, me remetendo ao mais profundo significado da palavra sentir.
Não quero ser complexo, caro amigo, não quero ser complexo outra vez, mas acabo por ser, acabo por me entregar por completo, como sempre faço. Nunca fui de meias entregas, sei eu disto com grande pesar ou entusiamo, sei eu disto sempre que me coloco a disposição das palavras e mais tarde do sentimentos que elas trazem.
Me coloquei a prateleira dos livros velhos, senti o cheiro empoeirado dos sentimentos de tantos poetas e pensei se os meus também se acumulariam um dia em alguma estante, junto ao pó e a degradação natural das páginas.
Andei por alguns metros e me sentei no fundo do corredor, sorri de lado com um ar um pouco abatido, me coloquei a pensar.
Se são tantos os dizeres corriqueiros, porque é que guardo pra mim as certezas mais cruéis e também os mais belos desejos? Se são tão simples as palavras, porque as torno tão complexas sempre que me vem a mente o escrever?
Eu diria que sou um poeta, mas não! Hoje eu não sou um poeta, hoje eu sou só um menino sentado entre as prateleiras, observando livros velhos e mesmo assim eu ainda me pergunto sobre os sentimentos que eles descrevem.
Quando as verdades mais comuns se tornam algo distante da realidade eu me sento aqui, entre as prateleiras empoeiradas das minhas lembranças, e delas vêm novas histórias que falam sobre coisas que eu vivi, vez ou outra sobre coisas que eu nem vivi, e eu, como um fantoche participo de um teatro onde nem protagonista da minha própria história eu fui convidado a ser.
Sorri outra vez despercebido e com cara de sono, cocei os olhos e resolvi repousar. Hoje não é dia de se perder em mil indagações, menino! O dia esteve calmo e só por hoje seria bom dormir.

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