O último trago, o
último gole, a última vontade. Esses sempre vem seguidos de coisas
novas, um outro cigarro, uma outra bebida ( mais forte de
preferencia) uma nova vontade.
A vida veio e me levou
com ela nessa paranoia de sempre esperar que o presente sempre seja
mais intenso que o passado e que o futuro me tire o folego.
Nem sempre se sabe até
onde é possível chegar, já que limitado o ser humano vaga a
procura de sensações que possam vir a ser mais prazerosas que as
anteriores, perambula a procura de algo que chegue pelo menos perto
da tal almejada perfeição.
Quando a noite cai,
seus corpos sedentos não querem distinguir o certo do errado, só
querem encontrar aquilo que as vezes está frente aos olhos, só
querem seguir.
E sendo assim, acabam
por esquecer que coisas simples as vezes acabam por suprir
necessidades tão grandes. Mas aí, não distribuídas as proporções,
pesam de maneira errada. Não julgam, apenas seguem, não enxergam,
apenas buscam.
Olha só menina, a
canção antiga que toca no meu toca discos. Olhe só o quanto eu sou
antiquado e fora de moda, olhe só as coisas que eu ainda faço!
Pensei em trazer
flores, mas tive medo de que você achasse careta, passei a noite
sorrindo e me divertindo, mas eu devo ter olhando para o telefone a
metade da noite, assim como vigiava as horas a fim de que você
viesse a me procurar. Outra vez.
E entre mil defeitos,
eu ainda sou daqueles que amam a moda antiga, de forma suave mas
presente ao mesmo tempo. Eu tenho guardado um lugar pra ti nas coisas
que mais gosto, e eu tenho seguido esse caminho, um pouco bobo, mas
tenho seguido como eu achei que nem sabia mais fazer.
E entre muitas outras
coisas, tenho sido diferente e talvez você nem note, e na verdade
nem precisa mesmo notar, eu tenho tentado demostrar pra ti que não
és igual a maioria daquelas outras meninas que passaram pelo meu
mundo, eu não sei se sabe, mas eu gostaria daquele teu cheiro agora,
daquele teu beijo agora, daquela tua presença.
Pode ser que todas as
estrelas estejam confusas, já que eu não ando mais por aí
observando todas elas e também todas aquelas que passavam me
chamando atenção. É que existe só uma mulher ocupando meus
pensamentos, amigo, temos que concordar nisso.
Eu já experimentei o
sabor do fel, mas ela, ela é doce e parece ser daquelas que não
fazem mal, nem enjoam, é doce na medida exata. Só é doce e fim.
Me cante uma canção,
em troca te contarei uma outra, que fala sobre sabores e estações.
Te trarei pra perto no final, eu não sou um cantor, mulher, mas eu
sei muito bem que o que importa é a letra da minha canção.
Seja a letra de todas
as canções que ainda hei de compor, seja poesia e no final de tudo
as cante, aqui comigo, sentados na beira dessa estrada sentindo o vento livre, apenas com sorrisos suaves. Me dê a mão, vamos dançar
desordenadamente essa canção, mas me dê a mão. É tudo o que
importa.
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