E ainda que eu regesse
todos os caminhos do universo, falasse a língua dos bons e dos maus
espíritos, tivesse poderes inimagináveis, eu não mudaria as tuas
escolhas, os teus desejos, os teus sonhos. Eu não mudaria sequer as
tuas manias. Não manipularia os teus sentimentos, não mexeria no
teu destino.
Hoje eu saí pra
caminhar, fazia tempo que não caminhava assim, de tênis e camiseta,
respirando o ar do fim de tarde.
E me convenci: Mesmo
que fosse eu o dono do universo, eu não mudaria nada em você, não
jogaria sujo, não usaria de qualquer poder que eu tivesse pra te
convencer, a não ser o meu amor.
Eu tenho nas mãos
alguma coisa clara, as vezes não sei o que fazer com ela. Só sei
que é puro, é claro e me deixa atordoado vez ou outra. Eu tenho nas
mãos uma dose de amor mergulhada em outra de necessidade daquela tua
calma, daquele teu carinho quase que mágico. Algo que me acalma e me
faz te querer outra e outra vez, cheiro de lar, de paz, de calmaria.
E se fosse eu um deus?
E se fosse eu terremoto? Tempestade? Furacão?
Seria você tarde de
primavera, mar em calmaria. Seria você o que me desarmaria. É você
o que me desarma.
Segurei forte dentro de
mim mil dizeres, tentei ser como os outros. Algumas vezes te afastei
mais e mais tentando ser como os outros, tão racional, tão
matemático. Mas eu sou um poeta, mulher! Eu não sou nada disso! Eu
sou um artista, cheio daqueles abusos temperamentais que a maioria de
nós temos, cheio de todas aquelas coisas que nos faz diferentes dos
outros.
O dom do médico é a
cura, o juiz a equidade e a diplomacia. O dom do poeta são os
sentimentos, confusos e intensos, mas sempre tão puros, sempre tão
puros, mulher!
Tão puros quanto o
choro desesperado que te parece sujinho, cheio de más vibrações,
mas que não é. Esse choro é santo, assim como todos os sorrisos
que lhe entrego, não são coisas negativas sendo entregues, é amor.
É só o amor sendo carregado, as vezes sendo regado e em outras
sendo colocado em cheque e vencendo! Intacto, incondicional.
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