quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Afazeres, fazeres, dizeres.


São só os dias passando rápido demais, são só tufões, maremotos e calmarias. É um cigarro aceso no cinzeiro, e outro e outro.
Eu estou calmo, caro amigo. Veja, até escrevi outra canção, troquei a cor da minha alma, levei o cachorro pra passear. Eu até ando fazendo planos, colecionando sorrisos, eu até ando mais sereno.
Eu até parei de ouvir a maioria daquelas canções tristes, abri a janela, dormi tranquilo. Eu até passei uns dias sem ler poemas chorosos.
Pichei nas paredes da minha alma em cores marcantes “ Os ares desta estação hão de me entender e perdoar os meus deslizes.” Fui mais tolerante comigo mesmo e parei de procurar em mim mesmo mil defeitos.
Passei horas falando com um amigo sobre coisas aleatórias, tinha a ver com cores, mitologia, jogos e livros, não sei bem ao certo. Só me lembro que renderam gargalhadas e tranquilidade.
Me lembrei de alguns corações que roubei, me lembrei de quando gostava de roubar corações. Me achei tão bobo, descobri o quanto cresci.
Tão gentil, o tempo que antes me esmagava, hoje me fez companhia, também conversei com ele, sobre presentes e presente. Não quis falar sobre passado ele não quis falar sobre futuro, nós nos repeitamos.
Peguei aquele velho canivete do meu pai em algum canto da casa, me lembrei do seu sorriso cúmplice, quis voltar ao colo dele quando criança e pedir que descascasse algumas laranjas, e depois montasse alguma coisa comigo, não sei, cabanas, trolinhos, pipas, sonhos.
Pensei nos meus filhos, aqueles que eu quero um dia e guardei o canivete. Quem sabe eles queiram descascar laranjas, montar cabanas, trolinhos, pipas e sonhos.
Trabalhei um pouco, sorri um pouco, cantei um pouco, vivi o dia. E amanhã, quando meus olhos se abrirem eu voltarei a buscar essa paz que a cada dia se faz mais presente.
É amigo, os dias vem passando rápido demais e por isto eu tenho que fazer bom proveito da presente calmaria.

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