domingo, 24 de fevereiro de 2013

O caminho.




Fez-se de bobo pra não perder o encanto de menino, se sentou desajeitado ao lado da janela e ficou a olhar a paisagem que aquele caminho oferecia. Não estava acostumado a ser coadjuvante, nunca se acostumaria e por isso resolveu viver outras histórias, outras histórias suas, onde teria fala, marcação, expressão.
Por ser exatamente como você, eu lhe entendo, menino. Compreendo essa sua sede por mais e mais. Sou outro desses meninos que colecionam grandes coisas da vida.
As tuas escolhas fazem de você quem você é! O teu amor no peito, tuas mãos nos bolsos, seu cigarro em mãos, só pra ter algo que possa manejar, só pra ter nos lábios um vicio a mais, um vicio qualquer.
E na verdade ele nem liga, enquanto cruza a estrada só observando a paisagem. Ele tem destino certo, mas mesmo assim às vezes se entrega a própria sorte, com um certo ar aventureiro nos olhos. De passo em passo cria a estrada, não cruza o horizonte, cruza o seu próprio destino de olhos calmos e coração tranquilo. 
Vez ou outra se deixa inebriar, mas acaba por voltar a aquele auto controle só dele, aquele que acaba por trazer novos caminhos, novos sorrisos, novas direções. Seria ele só um  menino, caso não fosse este auto controle.
Eu entendo este fim de tarde, eu entendo o que as cores dizem quando cruzam o céu em um espetáculo inigualável, eu entendo seus olhos menino, quase negros, iguais aos meus. Entendo o que queres quando simplesmente se convence que irá ser feliz de novo, entendo e não espero que vá atrás de menos que isto.
Sorria como um moleque, seja como for,  seja o que desejar ser. O mundo não irá condenar seus erros tão cheios de bons fluidos e intenções tão inocentes.


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