Me perdi em
mil pensamentos momentâneos, pensei em quantas vidas atravessei para estar
aqui, não me lembrei de alguma coisa que tenha me trazido até aqui, mas enfim,
eu havia chegado.
Havia
chegado carregando no peito um coração forte o suficiente, mas que por algum
motivo só queria cruzar a próxima esquina e cruzar com aquele sorriso, ter
outra vez aquele beijo, sentir outra vez aquele calor.
Porque é
que eu sempre venho falar de sentimentos? Porque é?
Eu cruzei a
maior avenida, o dia estava nublado, eu não sabia aonde ir. Tão desastrado com
a vida, tão desastrado. Eu quis conhecer o sabor de outros beijos, mas não
senti à-vontade para experimentá-los. Sei lá, não os quis.
Ontem, não
fosse a saudade eu teria saído para sonhar. Não fosse a saudade eu teria vestido aquele meu velho sorriso maldito. Não fosse a saudade eu teria ido.
Não fosse a
saudade eu estaria mais solto nesta noite de verão, olharia outros sorrisos,
sentiria na pele outras paixões, não fosse a saudade, menina, eu seria outro,
não fosse a saudade você já teria me perdido, não fosse a saudade e o amor.
Hoje eu
cantei inúmeras canções, eu não sou um cantor! Mas as cantei, decidi que se
acolhem as canções eu seria uma delas, decidi que se não te toca ser a canção
eu não mais escreveria pra ti. Fui falho, continuei a escrever sobre você, até
a voz faltar e os dedos sangrarem nas cordas do meu violão, tantas eram as
canções.
Me vesti de
luz e trouxe luz pros meus olhos, fiquei te esperando no fim da tarde sentado
no meu quintal, entre lágrimas leves e sorrisos, entre cigarros e canções.
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